Tire suas dúvidas sobre como cuidar adequadamente de um pneu de caminhão. Saiba sobre a história desse componente, suas características e componentes, os tipos de pneus, como escolher um, dentre outras dicas.
Quanto custa um pneu de caminhão? Tais componentes são caros, vale a pena destacar ao amigo caminhoneiro, com preços que variam de R$750 e R$3.000. Por isso também vale a pena cuidar bem dos pneus do veículo.
– Quando tudo começou: conheça a história dos pneus
– A formação do pneu tal qual é hoje
– A chegada dos pneus de caminhão ao Brasil
– Quais os componentes e características do pneu?
– Características do pneu
– Componentes do pneu
– Quais os tipos de pneus de caminhão e como escolher um?
– Trajeto Urbano — pneu de alta severidade
– Trajeto Rodoviário — pneu de baixa severidade
– Trajeto Regional — pneu de média severidade
– Trajeto Misto — pneu misto
– Trajeto Fora da Estrada — Pneu off-road
– Dicas sobre manutenção de pneus de caminhão
– Cumpra o que está estabelecido em lei
– Direção defensiva nas estradas
– Substitua os pneus de caminhão no momento certo
– Lições do carro são aplicáveis ao caminhão
– Saiba avaliar um pneu antes de efetuar a compra
– Faça rodízio
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Quando tudo começou: conheça a história dos pneus
A história dos pneus começa com as rodas ainda produzidas com ferro e madeira, que possibilitaram o transporte de cargas de peso elevado. Nas décadas seguintes, houve o uso da borracha maciça em uma composição com aros de madeira.
Contudo, os primeiros anos dos pneus apresentavam um problema grave: a dilatação da borracha. Afinal, durante o dia, quando o componente era exposto a elevadas temperaturas, o referido material se deformava, a ponto de aderir ao solo quente. Por sua vez, durante a noite, ocorria o oposto: o pneu contraia devido à queda de temperatura.
Nesse cenário, ficava inviável deixar o carro na rua, sem saber qual seria o estado dos pneus ou se o veículo conseguiria sair do lugar. Eis o problema que os primeiros pneus de caminhão enfrentavam, a ponto de que era comum levar entre seis e oito estepes, por viagem.
A mudança veio com o trabalho de Charles Goodyear, responsável por adicionar enxofre ao processo de vulcanização e chegar a uma composição resistente a variações de temperatura – mudança que representou uma revolução no segmento.
Uma curiosidade: Charles Goodyear não foi o responsável por criar a marca Goodyear. O nome foi uma homenagem feita pelo verdadeiro fundador da empresa de finais, no século XIX, Frank Seiberling.
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A formação do pneu tal qual é hoje
Os irmãos Michelin construíram mais uma das mais importantes marcas, quando o assunto é pneus. Aliás, eles patentearam os pneus em 1845. Nos anos seguintes, coube ao inglês William Thompson inserir câmera de ar nos pneus, de modo que eles ficassem mais resistências e aliviassem o impacto das trepidações.
Foi a partir desse contexto e com tal inovação que surgiu, em 1904, o primeiro pneu, tal como conhecemos hoje. Diferentemente da composição da roda de madeira revestida por borracha, o pneu apresentado no início do século XX passou a ser revestido com lonas de algodão, borracha devidamente galvanizada com enxofre e rodas removíveis com estrutura metálica.
Já na década de 1910, Frank Seiberling inseriu rachaduras na borracha, mudança que aumentou a aderência do pneu ao solo. Anos depois, a empresa BF Goodrcih Company realizou a adição de carbono à fórmula da borracha vulcanizada com enxofre, de modo a chegar a um material de maior durabilidade.
Por sua vez, na década de 1930, a mesma companhia foi a responsável por chegar à primeira fórmula de borracha sintética. Curiosidade: a substância que foi utilizada no composto tinha o nome de Chemigum.
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A chegada dos pneus de caminhão ao Brasil
Vale destacar que a produção brasileira de pneus teve início na década de 1930, a partir da implantação do Plano geral de Viação Nacional – mais precisamente, em 1934. Desse modo, a concretização do referido plano ocorre apenas em 1936, com a criação da Companhia Brasileira de Artefatos de Borracha.
Essa companhia levava o nome de Pneus Brasil e era sediada no Rio de Janeiro. Ainda em seu primeiro ano de atividade, a Pneus Brasil chegou a produzir mais de 29 mil pneus.
As gigantes do setor de pneus desembarcaram no Brasil entre 1938 e 1941. A Firestone se instalou em Santo André (SP), em 1939. Já a Bridgestone implantou a fábrica na cidade de São Paulo no mesmo ano.
Assim, houve um aumento na capacidade produtiva devido à chegada de novas fabricantes, o que elevou a produção nacional para mais de 441 unidades de pneus. Tal processo, no final da década de 1980, chegaria a impressionantes 29 milhões de pneus produzidos.
Hoje, há mais de 15 fábricas de pneus no Brasil, sendo a maior parte grandes marcas internacionais, como Goodyear, Bridgestone, Firestone, Pirelli e Michelin. Com tamanha capacidade produtiva, o país conquistou o sétimo lugar na categoria de pneus para automóveis e o quinto lugar na produção de caminhões, ônibus e camionetes.
Quais os componentes e características do pneu?
A seguir, conheça os detalhes sobre os componentes e as características dos pneus
Características do pneu
Engana-se quem pensa que os pneus são formados primordialmente por borracha. Um pneu de passeio apresenta 27% de borracha sintética e 14 % de borracha natural, além de 28% de negro fumo, que é um resíduo proveniente da queima de derivados de petróleo que serve para pigmentar e reforçar a liga dos pneus.
Há mais derivados do petróleo na composição do pneu, além de produtos químicos – em cerca de 17% do componente. Já em 10% dos da composição de um pneu está o material metálico, como o aço. Já em 5% da composição consta o material têxtil.
Confira a seguir um resumo dessa composição e os elementos presentes:
Composição de Pneus Ligeiros e Pesados | ||
|---|---|---|
Material | Pneu Ligeiro | Pneu Pesado |
Borracha / Elastómeros | 47 % | 45 % |
Negro de Fumo | 21,5 % | 22 % |
Aço | 16,5 % | 25 % |
Têxtil | 5,5 % | — |
Óxido de Zinco | 1 % | 2 % |
Enxofre | 1 % | 1 % |
Aditivos | 7,5 % | 5 % |
Análise Elementar da Borracha | |
|---|---|
Carbono (%) | 78-83 |
Hidrogénio (%) | 6-7 |
Oxigénio (%) | 3,5-5 |
Nitrogénio (%) | 0,2-0,4 |
Enxofre (%) | 1 – 1,6 |
Cloro (%) | 0,07 – 0,1 |
Cinzas (%) | 5 – 10 |
Componentes do pneu
Conheça a seguir as características dos principais componentes de um pneu:
- Capa de borracha sintética: está localizada no interior do pneu, que faz a função de câmara de ar.
- Caraça: é formado por fios de pequena espessura de fibras têxtil que, por sua vez, formam ângulos retos quando se encontram coladas às borrachas, de modo a darem liga à estrutura dos pneus. Isso possibilita resistência à pressão feita pelo peso do automóvel. Assim, a caraça de um pneu comum costuma apresentar cerca de 1.400 cabos – cada um deles suporta um peso de até 15 quilos.
- Talão: responsável por transmitir os comandos do motor e travagem da jante (aros) ao conjunto de pneus em contato com o solo. Ainda: os arcos do talão são responsáveis por fixar a estrutura do pneu.
- Flancos de borracha maciça: tem como função proteger o pneu de choques e contatos com o solo – situações nas quais poderiam danificar a caraça. Assim, uma borracha de boa qualidade pode garantir a aderência da jante ao pneu em questão.
- Lonas de reforço: sua composição é feita de cabos de ali de espessura bastante fina e resistente, que se posicionam de forma obliqua uns sobre os outros. Quando estão entrelaçadas com os fios da caraça, formam triângulos de grande resistência.
- Banda de rolamento: está acoplada às lonas de reforço, de modo a receber o desenho do pneu ou esculturas. A área de contato com o solo deve ser resistente o suficiente para suportar o atrito com diversos tipos de materiais.
Quais os tipos de pneus de caminhão e como escolher um?
A seguir, fique pode dentro sobre quais são os tipos de pneus para caminhão e quais aspectos o condutor deve considerar na hora de escolher um pneu, como o tipo de carga a ser transportada e o tipo de trajeto a ser realizado na maior parte do tempo. Tais pontos são determinantes para que o condutor escolha o desenho de sulco entre as marcas de pneus preferida.
Trajeto Urbano — pneu de alta severidade
Esse tipo de pneu é projetado para enfrentar condições severas em ambientes urbanos e rodoviários de alta demanda. Possui uma construção robusta e reforçada para suportar o impacto frequente de buracos, lombadas e obstáculos urbanos.
Ainda: apresenta boa resistência ao desgaste para garantir uma vida útil mais longa em condições severas, além de alta capacidade de carga para suportar as cargas típicas de caminhões utilizados em áreas urbanas.
Trajeto Rodoviário — pneu de baixa severidade
Já esse pneu foi projetado para uso, principalmente, em rodovias e estradas pavimentadas de boa qualidade. Oferece uma rodagem mais suave e confortável em comparação com pneus de alta severidade.
Por possuir menor resistência ao rolamento, ajuda a economizar combustível em longas viagens. Geralmente, é mais silencioso em comparação com pneus de alta severidade.
Trajeto Regional — pneu de média severidade
Trata-se de uma opção intermediária entre os pneus de alta severidade e os pneus de baixa severidade, sendo projetado para lidar com condições mistas de estradas regionais, o que inclui trechos urbanos, rodoviários e rurais.
O pneu de média severidade oferece uma combinação de resistência ao desgaste, conforto e capacidade de carga.
Trajeto Misto — pneu misto
Esse tipo de pneu é projetado para suportar uma ampla variedade de condições, desde estradas pavimentadas até terrenos levemente acidentados. Possui características que permitem uma boa tração em superfícies irregulares e um desempenho satisfatório em estradas pavimentadas.
É uma opção versátil para veículos que precisam transitar tanto em áreas urbanas quanto em terrenos menos desenvolvidos.
Trajeto Fora da Estrada — Pneu off-road
Por fim, o pneu off-road é projetado especificamente para uso em terrenos off-road, como estradas de terra, lama, areia e rochas. Ele apresenta uma banda de rodagem robusta com blocos maiores e mais espaçados para oferecer melhor tração em terrenos irregulares.
Pode apresentar uma resistência ao rolamento mais alta em comparação com pneus rodoviários, mas oferece desempenho superior em terrenos fora da estrada.
Dicas sobre manutenção de pneus de caminhão
Conheça alguns cuidados que o caminhoneiro deve ter nas estradas e que podem ajudar a manter o bom estado dos pneus.
Cumpra o que está estabelecido em lei
Caso o condutor já conheça os procedimentos essenciais para lidar com pneus de veículos de passeio, é necessário aumentar a proporção dos cuidados, de modo a considerar as medidas de pneus de caminhão. Desse modo, observar diariamente o estado geral dos pneus é uma obrigação de todo condutor.
Vale destacar que, segundo a legislação de trânsito, há um limite para os desgastes dos pneus. Desse modo, para que o caminhoneiro não corra o risco de ter o veículo multado ou apreendido, é importante manter o nível de conservação de forma segura e adequada.
De acordo com a Resolução nº558/80 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), os sulcos dos pneus não podem apresentar profundidade inferior a 1,6 mm. Tal parâmetro pode ser medido pelo indicador TWI (Tread Wear Indicator), que está localizado na parte lateral dos pneus, indicado por triângulo ou pela sigla TWI.
Lembre-se: pneu careca, além de ser uma inadequação perante a lei, é ainda um risco à vida de todos no trânsito.
Direção defensiva nas estradas
A direção defensiva, além de evitar que acidentes aconteçam, ajuda ainda na conservação dos pneus e demais partes do caminhão, de modo a diminuir os desgastes de componentes como motor, sistema de suspensão e freios, além dos pneus, obviamente.
Com a direção defensiva, o motorista conduz o veículo com cautela, de modo a respeitar os limites da via e as condições de operação do caminhão. Outro ponto importante é o uso correto das marchas, acionando-as em momento adequados, bem como evitar freadas bruscas e acelerações desnecessárias.
Substitua os pneus de caminhão no momento certo
É fundamental que o condutor considere alguns fatores que influenciam diretamente na vida útil dos pneus na hora da substituição dos pneus. São eles: calibragem adequada, tipo de estrada onde o veículo costuma passar, clima das regiões e peso das cargas transportadas.
Em caso de desgaste acelerado, a atenção deve ser ainda maior, sobretudo quanto ao aspecto dos sulcos – se estiverem demasiadamente deteriorados, é necessário trocar o pneu.
Lições do carro são aplicáveis ao caminhão
Mais um ponto fundamental é a realização periódica de alinhamento e balanceamento, um cuidado que ajuda a evitar que o conjunto de pneus se desgaste de forma irregular e acelerada. Desse modo, manter a revisão do automóvel (e do caminhão) em dia e cuidar de componentes, como o motor, faz parte da conservação dos pneus.
Não diferença quanto aos cuidados aplicados em carros e aqueles aplicados em caminhões, amigo motorista. Assim, a experiência obtida ao cuidar de um automóvel de passeio é a mesma a ser aplicada nos pneus de um caminhão.
Saiba avaliar um pneu antes de efetuar a compra
Para avaliar um pneu antes da compra se concluída, é necessário considerar a espessura dos sulcos, que é de 8 mm em pneus novos (zero quilometro), 4 mm em pneus com meia-vida e apenas 2mm em caso de pneus carecas.
Quando o amigo caminhoneiro for realizar a troca dos pneus, ele deve conferias as especificações técnicas para o modelo de seu respectivo veículo. Tais informações constam no manual do proprietário, junto de recomendações referentes a pressão, dimensões, excesso de peso em caminhões, dentre outros fatores.
Uma dica: ouve a experiência dos demais colegas caminhoneiros acerca de qualidade de marca e custo-benefício. Ainda: profissionais experientes também podem lhe indicar as melhores opções do mercado quando o assunto é pneu de caminhão.
Faça rodízio
Quando o rodízio de pneus é feito, há maior chance de ocorrer um desgaste de pneus uniforme no conjunto, o que, consequentemente, adiaria a substituição do componente pelo máximo de tempo possível.
Vale a pena destacar que rodar um pneu que esteja demasiadamente desgastado pode acelerar a degradação dos demais pneus que estejam em boas condições. Assim, o rodízio pode trazer benefícios quanto à estabilidade.
É importante que um profissional capacitado realize a troca dos pneus no caminhão, pois essa substituição é mais complexa do que em veículos de passeio. Além de garantir um bom serviço, a segurança do veículo não ficará em risco.
Outras dicas importantes quanto ao rodízio em caminhões:
- Caso o caminhão tenha vários eixos, o ideal é substituir as rodas internas.
- As rodas de um mesmo eixo devem passar pelo rodízio juntas, de modo a evitar o desbalanceamento.
- Finalizado o processo, verifique se a pressão dos pneus se manteve adequada.
- No manual do proprietário, confira se há alguma especificidade para realizar o rodízio em seu modelo de caminhão.
- Pneus unidirecionais devem passar por uma rotação paralela.
- Quanto à periodicidade, saiba que se trata do mesmo intervalo do alinhamento e do balanceamento: de 10.000 em 10.000k.
