Já ouviu falar em amortecedor recondicionado? Sabe como funciona o processo de recondicionar amortecedor? Aperte o cinto e embarque em uma jornada sobre o recondicionamento de amortecedores para decidir se o amortecedor recondicionado é bom para você.
O que é um amortecedor recondicionado?
Um amortecedor recondicionado é uma peça já submetida a um processo de desmontagem. A partir desse momento, ele tem seus componentes olhado com cuidados e, caso existam desgastes, são substituídos por novos.
Importante ressaltar que uma peça recondicionada não é sinônimo de uma peça remanufaturada. Mais abaixo iremos falar sobre amortecedor remanufaturado.
A remanufatura de um dispositivo é um processo industrial executado apenas pelos fabricantes. Na prática, as montadoras, por exemplo, utilizam amortecedores usados como matéria-prima para reconstruí-los.
Já o recondicionamento passa por um procedimento semelhante, porém, executado fora das fábricas.
Ou seja, no segundo caso, utilizam-se peças que apresentam eventuais defeitos, retiram-se as partes danificadas – por meio de um trabalho mecânico individual –, substituindo-as, posteriormente.
Podemos dizer que uma peça remanufaturada é muito parecida com um dispositivo novo, enquanto a peça recondicionada se trata da restauração de um item restaurado.
Resumindo, a principal semelhança entre elas é que ambas são peças utilizadas em outros veículos, porém ainda apresentam componentes em condição de reuso.
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Como funciona um amortecedor?
A suspensão como um todo é um dos componentes mais importantes do carro. Uma de suas partes fundamentais é o amortecedor. Esse pequeno notável é que suaviza os impactos entre o carro e o piso, e é essencial para a segurança, a frenagem e a estabilidade do veículo, especialmente em curvas.
Ter em seu veículo um amortecedor de confiança é fundamental, sendo que essa peça faz parte como um dos itens do “Triângulo da Segurança”, com o pneu e freio — componentes que precisam sempre, em qualquer situação, estar em perfeito estado para garantir a segurança do veículo.
O amortecedor funciona em conformidade com o princípio da hidráulica em que o fluido é transportado de uma câmara a outra. Em geral, no espaço vazio gás nitrogênio é injetado no sistema pressurizado.
É preciso que o fluido entre nas válvulas que controlam a passagem do fluido hidráulico de acordo com a pressão recebida mecanicamente. Assim, sempre que o amortecedor abre ou fecha o fluido hidráulico é forçado a passar pelas válvulas impedindo que o carro salte com a ação de retorno das molas.
Desse modo, o amortecedor não garante apenas a segurança, como também o conforto de todos os ocupantes do veículo.
Amortecedor recondicionado: como saber se devo usá-lo?
É preciso que os proprietários tenham um olhar especial nos amortecedores de seus veículos. Além de serem grandes responsáveis pela segurança do automóvel, eles fazem seu trabalho cerca de 1.000 vezes a cada quilômetro. Bastante, não é mesmo?
Antes de tomar a decisão se você deve usá-lo, é preciso levar alguns pontos em conta. O primeiro deles é saber se a peça é confiável, o que pode ser difícil, visto que o recondicionamento não é um processo realizado por fabricantes.
De qualquer maneira, se o amortecedor recondicionado vem de um profissional em que você confia e sabe que é sério, as chances de essa peça ter sido reparada corretamente e ser de qualidade são maiores.
Mas temos uma boa notícia: dá para saber se o componente terá maior probabilidade de ter uma vida útil longa, e se funcionará corretamente, ficando atento a alguns detalhes. Veja esses três pontos:
Uso de óleo hidráulico
O óleo não pode sofrer uma variação de viscosidade grande quando está quente. Por isso, é fundamental que o amortecedor recondicionado receba óleo hidráulico. Em situações em que isso não ocorre, ele pode mudar o seu funcionamento, afetando também todo o sistema de suspensão.
Soldas, anéis e vedadores
O amigo motorista tem que sempre ficar ligado em relação a como a solda de fechamento do tubo é feita. Ela deve sempre ser feita com uma solda elétrica de alta resistência. Em hipótese alguma, o óxido acetileno deve ser usado para este fim.
Quando o assunto são os anéis e vedadores, eles devem ser feitos com materiais que ofereçam resistência à ação química do óleo. Isso fará com que resistam aos atritos dos constantes movimentos de subida e descida, bem como à intensidade das pressões.
Recondicionamento da haste
Em muitos casos, é preciso fazer o recondicionamento da haste. Se for o caso, certifique-se que ele tenha sido feito em retíficas, e não em tornos.
A retífica possibilita que a peça fique na dimensão correta.
O acabamento superficial também é importante para a vida útil da haste; então, aplicar cromo para enrijecer sua superfície é uma boa alternativa.
Qual a vantagem do amortecedor recondicionado?
Não é para todos os veículos que o amortecedor recondicionado é indicado. Até porque nada substitui uma peça nova e original, muito mais segura e que garante o bem em questão: o seu veículo.
Mas, se o motorista ainda quiser economizar (e se responsabilizar por essa escolha), há grande vantagem nesse tipo de amortecedor. Vale dizer: não esqueça de avaliar bem onde e que tipo de amortecedor está comprando.
Tire todas as suas dúvidas e peça para entender melhor qual procedimento técnico foi realizado antes daquela peça voltar a ser vendida.
Faça as contas e veja se o custo e benefício está realmente valendo a pena.
Por que é necessário trocar o amortecedor periodicamente?
O amortecedor, assim como muitas outras peças do seu veículo, necessita de vistoria de troca regular após determinado tempo e quilometragem de uso.
No caso dos amortecedores, caso sejam novos, eles começam a perder a capacidade da sua função, em geral, a cada dez mil quilômetros.
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Quando fazer a manutenção?
Marcas de óleo no chão pneus se desgastando mais rapidamente do que de costume são sinais que mostram a possível hora de realizar uma manutenção. É importante não perder tempo e ir até seu mecânico de confiança para realizar uma revisão.
Outros pontos que podem significar defeitos no amortecedor são:
- sentir a direção desalinhada depois de fazer uma curva;
- diminuição da estabilidade do veículo.
Mas, não é sempre fácil perceber esses sinais. Os amortecedores costumam apresentar defeitos de forma gradativa, e essas alterações podem ser sensíveis.
Quando trocar?
De forma geral, um amortecedor pode funcionar bem em torno de 50 mil quilômetros rodados. Porém, para aumentar a segurança e o conforto ao dirigir, recomenda-se optar por um novo dispositivo tão logo seja possível.
Aí é preciso escolher entre um novo amortecedor ou um amortecedor recondicionado, desde que se encontre em boas condições de uso.
Além disso, é importante lembrar que a vida útil do equipamento pode ser prolongada ou reduzida em função das condições de uso do veículo.
Caso o amigo motorista trafegue muito por pistas irregulares, cheias de buracos ou acidentadas, pode ser que o amortecedor demande a substituição antes mesmo de ter completado os 50 mil quilômetros.
Por isso é fundamental fazer uma inspeção técnica a cada 10 mil km rodados ou, ainda, sempre que apresentar qualquer uma das falhas já citadas.
O detalhe ao qual nem todos estão atentos é que a troca é normalmente feita em pares. Portanto, apresentando um defeito no equipamento dianteiro esquerdo, deve-se substituir todo o par dianteiro e assim por diante.
Isso se dá em função do desgaste ocorrer de forma diferente entre os amortecedores. Consequentemente, há um desequilíbrio no veículo que, por sua vez, leva a uma série de alterações na dinâmica do carro, incluindo a eficiência da frenagem em emergências.
Quanto tempo dura o amortecedor recondicionado?
A vida útil desta peça gira em torno de 40 mil e 50 mil quilômetros. Porém, é importante realizar a revisão do veículo de forma periódica. Então, esteja sempre com o contato do seu mecânico de confiança em mãos.
Qual a diferença entre amortecedor recondicionado e novo?
A principal diferença entre eles é que o recondicionado já foi usado até o limite de sua vida útil. Em um processo de remanufatura convencional, a peça passaria por uma substituição total.
Nos amortecedores recondicionados, as peças são submetidas a uma “reforma”, onde recupera-se algumas de suas propriedades essenciais para que possam ser utilizadas mais uma vez. Vamos ver com detalhamento abaixo duas questões importantes para se atentar no caso do amortecedor recondicionado:
Troca do óleo
Por ser recondicionado, é feito somente substituição do óleo por, muitas vezes, uma mistura de óleo mais grosso para evitar vazamentos, uma vez que não se realiza a troca de outros componentes internos.
Assim, pode ocorrer que o óleo seja trocado por um fluido mais viscoso.
Isso faz parecer que as cargas de tração e compressão foram restauradas. No fim, o amortecedor recondicionado é pintado, dando a impressão de novo.
Problemas gerais
Algo desagradável bem recorrente de acontecer nos amortecedores recondicionados é quando o óleo de dentro do amortecedor esquenta. E, com isso, da mesma forma como ocorre com qualquer óleo, é comum que ele fique mais fino.
Além disso, por conta dos desgastes dos retentores, as chances de vazamentos aumentam muito. Fique sempre alerta ao menor vazamento para que não se torne um grande problema.
É seguro usar amortecedor remanufaturado?
Os amortecedores remanufaturados são carcaças de amortecedores originais que passam por um processo completo de inspeção, limpeza e pintura com a troca de todas as peças internas, retentores, pistão, válvula de alívio, sede, batente interno e limitador.
Mas não existe somente a troca dos componentes internos. O óleo utilizado no processo de remanufatura dos amortecedores é apropriado e garante, mesmo em temperaturas mais elevadas, suas características e propriedades de viscosidade.
Nessas condições, os amortecedores remanufaturados podem ter a mesma durabilidade de um novo e sem riscos de vazamentos.
Cuidados com o amortecedor recondicionado
Qualquer peça do veículo necessita de atenção, seja ela recondicionada, nova ou remanufaturada. Por isso, analise bem se a escolha por um amortecedor recondicionado vale a pena.
Um processo bem executado que deixe o componente de fato com qualidade não é fácil de fazer. Caso seja bem-feito, então, é possível que seu valor seja até mais caro que o de uma peça remanufaturada, por exemplo, porque exige um trabalho minucioso e profissional.