Considerado um item de segurança ativa, controle de estabilidade será obrigatório para todos os carros no Brasil a partir de 2024
Diversas tecnologias aplicadas aos carros contribuem para aprimorar a segurança e a dirigibilidade. Uma delas é o controle de estabilidade, considerado o recurso que mais ajuda a salvar vidas depois do cinto de segurança. Mas, afinal, o que é o controle de estabilidade e como funciona?
O controle de estabilidade é um recurso eletrônico de segurança ativa que auxilia o motorista a manter o veículo na trajetória, evitando acidentes por perda de controle da direção. A tecnologia pode ser identificada por diferentes siglas, que variam conforme o fabricante do veículo ou do sistema. As mais comuns no mercado são ESP, ESC, VSC e VSA.
Desenvolvido 27 anos atrás, o controle de estabilidade é uma evolução eletrônica que utiliza a mesma central de comando do sistema antitravamento dos freios (ABS) e também do controle de tração. O sistema processa múltiplas informações coletadas pelos sensores de velocidade de roda, sensor de ângulo do volante e giroscópio para calcular a necessidade de intervenção no controle do carro.
Caso o controle de estabilidade detecte que a velocidade do veículo é superior à ideal em uma mudança rápida de direção (como ao desviar de um obstáculo na via, por exemplo), o sistema é capaz de frear as rodas individualmente e cortar a potência do motor. Para se ter uma ideia da agilidade do conjunto, a análise de dados captados pelos sensores do ESC é realizada 25 vezes por segundo.
Quando é ativada a intervenção eletrônica no controle do carro, o motorista pode observar a atuação do controle de estabilidade por meio de uma luz-espia piscante, na cor amarela e com o desenho de um veículo derrapando – saiba mais sobre o significado das luzes no painel.
Assim como o ABS, o sistema ESP é projetado para durar toda a vida útil do veículo. Para isso, a manutenção periódica do carro deve ser seguida à risca, conforme os prazos indicados no manual. Mudanças do diâmetro do conjunto roda/pneu e troca mal executada dos rolamentos de roda são algumas das ações que podem levar ao funcionamento incorreto do controle de estabilidade.
Para saber se a versão do veículo possui controle de estabilidade, o motorista deve procurar pela luz-espia do item no quadro de instrumentos, pelo botão de desativação no painel (não disponível em alguns modelos) ou pela informação no manual do fabricante. Desde 2021, também é possível conferir diretamente na etiqueta de segurança veicular do modelo/versão.
Controle de estabilidade será obrigatório em 2024
A adoção do controle eletrônico de estabilidade tem crescido nos últimos anos entre os veículos vendidos no Brasil por conta da legislação. A resolução Contran 567/15 prevê a adoção gradual em todos os modelos disponíveis no País. Desde janeiro de 2020, o controle de estabilidade é obrigatório para todos os novos projetos de veículos (que são aqueles que nunca obtiveram registro de homologação do Denatran).
Para os demais modelos já existentes, a resolução previa a adoção do sistema de segurança em todos os carros novos a partir de janeiro de 2022. Porém, a medida foi adiada em dois anos. Desta forma, o controle de estabilidade só estará disponível em 100% dos veículos leves importados ou produzidos no Brasil a partir de 2024. Antes disso, em 2023, ao menos 50% da produção nacional deverá obrigatoriamente ter o equipamento de fábrica.
De acordo com um levantamento feito pela Bosch, o controle de estabilidade já estava presente em 44% dos veículos de passeio vendidos no Brasil em 2019. No mundo, o equipamento já é item de série em 82% de todos os veículos novos. Segundo estudo liderado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, com apoio do Latin NCAP (Programa de Avaliação de Carros Novos para a América Latina e Caribe), a adoção do ESC como item de fábrica poderia evitar até 16,1 mil mortes por ano no Brasil.
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Imagens: Divulgação e Arquivo