O que é drift
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o que é drift e como funciona

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O drift é aquele controle “de lado” que a gente vê nas pistas e nos vídeos: bonito, técnico e, quando feito do jeito certo, muito seguro.

A ideia deste guia é explicar o que é, como funciona e como começar com os pés no chão: do básico das técnicas e do comportamento do carro até os tipos de eventos, os modelos mais usados no Brasil e os cuidados de segurança.

Tudo em linguagem simples, sem fórmula mágica e sem romantizar treino em via pública.

Se você está dando os primeiros passos, fica tranquilo: vamos mostrar onde treinar com segurança, quais equipamentos usar e como planejar os custos do projeto!

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O que é drift?

Drift é a técnica de conduzir o carro de lado, em derrapagem controlada, usando acelerador, contraesterço (volante virado “ao contrário” da curva) e, às vezes, freio de mão para manter o controle.

Diferente de corrida tradicional, no drift você não ganha por chegar primeiro, e sim por estilo: linha correta (clipping points), ângulo do carro, velocidade/fluidez e, nas batalhas em dupla (tandem), proximidade com o adversário.

O piloto provoca o sobre-esterço e “costura” as curvas mantendo estabilidade e precisão. É um esporte para pistas fechadas e eventos organizados.

Nada de rua, combinado?

Origem do drift

O drift moderno nasceu no Japão entre as décadas de 1970 e 1980, nas estradas de montanha (touge). Pilotos de turismo como Kunimitsu Takahashi começaram a usar derrapagens controladas para fazer curvas mais rápidas.

Quem ajudou a transformar a técnica em um espetáculo próprio foi Keiichi Tsuchiya, o “Drift King”, gravando vídeos de treino e mostrando que dava para ligar várias curvas de lado com controle e estilo. Daí, a técnica ganhou pistas, regras e juízes, e virou modalidade.

Como o drift se popularizou no mundo

A popularização veio em três ondas:

  1. Eventos no Japão (D1 Grand Prix): serviram de vitrine para o formato de julgamento por linha, ângulo e velocidade.
  2. Mídia e internet: revistas, DVDs e depois o YouTube levaram o drift para fora do Japão, com bastidores, tutoriais e batalhas em dupla (tandem).
  3. Campeonatos internacionais: Europa e EUA criaram ligas próprias e times profissionais; o Brasil seguiu o movimento com eventos e escolas, trazendo o esporte para perto do público.

Como funciona o drift?

No drift, o piloto provoca e mantém o sobre-esterço (a traseira escorregando) enquanto controla o carro com acelerador, direção e freios.

O “jogo” é equilibrar aderência e derrapagem para ligar uma curva na outra sem perder fluidez.

O que acontece com o carro durante o drift

Aqui estão os processos que acontecem durante o drift:

  • Transferência de peso: ao frear, acelerar ou virar o volante, a carga muda entre as rodas – isso altera a aderência e ajuda a iniciar/corrigir o ângulo.
  • Ângulo de deriva: o carro aponta para um lado e se desloca para outro (fica “de lado”); manter esse ângulo estável é o objetivo.
  • Contraesterço: o volante é virado no sentido oposto à curva para segurar a traseira e ajustar a trajetória.
  • Gestão de torque e freio-motor: acelera para “segurar” o drift, alivia para aumentar o ângulo, e usa reduções para ajudar a iniciar a derrapagem.

Técnicas básicas para fazer drift

As principais são:

  • Power over (kick de acelerador): usa potência ao sair da curva para fazer a traseira escorregar.
  • Freio de mão (e-brake): um toque na alavanca ajuda a iniciar/corrigir o ângulo, sobretudo em baixa aderência.
  • Clutch kick: soltar e engatar a embreagem rapidamente para “sacudir” o conjunto e iniciar o drift.
  • Shift lock: reduzir marcha antes da curva para aumentar o freio-motor e induzir o sobre-esterço.
  • Manji (pendulum): alternar o carro de lado em uma reta larga, treinando transições suaves.

Diferença entre drift de rua e drift profissional

  • Local e legalidade: rua = ilegal e perigoso. Profissional = pista fechada, layout definido e equipe de resgate.
  • Segurança: no profissional há inspeção do carro, EPIs (capacete, macacão, HANS), briefing e regras claras.
  • Julgamento: vence quem soma mais pontos em linha (clipping points), ângulo, velocidade/fluidez e, no tandem, proximidade com o líder.
  • Objetivo: na rua, além de ilegal, falta critério e estrutura. No profissional, tudo é pensado para o show com segurança.

Tipos de drift

Antes de pensar em campeonatos ou treinos, vale entender que “drift” aparece em formatos diferentes, cada um com um objetivo. Alguns são competitivos; outros, pura demonstração.

Olha só:

Drift de competição

Em competições, o drift é julgado por critérios técnicos, não por tempo de volta. Primeiro o piloto faz voltas solo (qualificação) e depois entra no tandem (batalhas em dupla). A ideia é mostrar controle, estilo e constância.

  • Principais critérios: linha (clipping points e zonas), ângulo do carro, velocidade/fluidez e, no tandem, proximidade com segurança.
  • Estrutura típica: treinos, quali, chaves de eliminação, briefing e inspeção do carro.

Drift de exibição

Aqui o foco é entreter o público, com fumaça, ângulos grandes e manobras combinadas. Não há, em geral, pontuação oficial… é show.

  • Eventos costumam ter áreas amplas, coreografias e apresentação de equipes.
  • Boa porta de entrada para ver de perto o que é um carro preparado de drift.

Drift amador

É o formato mais acessível para quem quer aprender com calma e segurança. Normalmente acontece em track days, pátios homologados ou escolas.

  • Ambiente controlado, com limites de velocidade e orientação de instrutores.
  • Excelente para treinar transições, pressão de pneus e leitura de linha.

Melhores carros para drift

Muita gente pergunta “qual é o carro ideal para drift?”. A verdade é: o melhor é aquele tração traseira, equilibrado e que caiba no seu bolso para manter e quebrar menos.

Abaixo, alguns caminhos que o pessoal no Brasil costuma seguir e por quê.

Modelos mais usados no Brasil

Antes de listar nomes, vale explicar o motivo: buscamos chassi equilibrado, peças acessíveis e possibilidade de upgrades (suspensão, diferencial, ângulo).

Com isso em mente, estes modelos aparecem bastante nos eventos:

  • BMW Série 3 E36/E46 (318i-328i): boa distribuição de peso e grande oferta de peças.
  • Nissan 350Z/370Z: tração traseira “nativa”, V6 forte e chassi estável (custo de entrada maior).
  • Chevrolet Omega: entre-eixos longo e motor com bom torque; aceita swaps.
  • Chevrolet Opala/Chevette (projetos): clássicos acessíveis para aprender mecânica e setup.
  • Ford Mustang (gerações variadas): potência e aftermarket farto; atenção ao custo de pneus.
  • Toyota GT86/Subaru BRZ: plataforma leve e neutra, ótima para evolução técnica.

Preparações e modificações necessárias

Antes de sair comprando uma peça, pense na lógica do drift: você precisa iniciar, manter e corrigir o ângulo com previsibilidade. Isso pede algumas melhorias-chave:

  • Diferencial autoblocante (LSD) ou bloqueio: tração nas duas rodas traseiras para saídas consistentes.
  • Suspensão (coilovers e buchas): controle de rolagem e resposta rápida às transições.
  • Ângulo de direção: kits de braço/manga ampliam o esterço e evitam rodadas.
  • Freio de mão hidráulico (uso de pista): ajuda a ajustar ângulo e entrada de curva.
  • Sistema de arrefecimento reforçado: radiador, ventoinhas e, se turbo, intercooler dimensionado.
  • Segurança: banco concha, cintos 4-6pts, gaiola, extintor e corta-corrente.

Quanto custa montar um carro de drift

O custo varia por cidade, câmbio e estado do carro base. Para não ficar no escuro, aqui vai um panorama introdutório; use como referência para o seu planejamento:

ItemFaixa de preço (R$)
Carro base usado (projeto acessível)10.000 – 45.000
Carro base usado (BMW E36/E46)30.000 – 90.000
Carro base usado (Nissan 350Z)70.000 – 120.000
LSD/Blocante500 – 8.000
Coilovers (jogo)4.000 – 12.000
Kit de ângulo4.000 – 12.000
Freio de mão hidráulico1.000 – 3.000
Banco concha + cinto2.000 – 5.000
Gaiola/santantônio4.000 – 12.000
Upgrades de arrefecimento1.000 – 5.000
Rodas e pneus (jogo inicial)2.000 – 6.000
EPIs piloto (capacete, macacão, luvas, HANS)3.000 – 12.000

Dicas para iniciantes no drift

Antes de pensar em potência, o segredo é aprender controle em ambiente seguro. A base é treinar transições suaves, leitura de linha e sensibilidade no acelerador – tudo isso com orientação e EPIs.

Onde treinar com segurança

Comece em locais preparados para erros sem risco para terceiros. Escolas e eventos têm instrutores e regras claras e isso encurta (muito) sua curva de aprendizado.

  • Autódromos/pátios homologados com áreas de escape.
  • Track days e escolas de drift, com turmas para iniciantes.
  • Eventos de exibição com treino controlado, quando oferecem baterias para iniciantes.

Equipamentos essenciais para o piloto

Antes do “setup” do carro, equipe o piloto. Os EPIs fazem diferença em qualquer imprevisto.

  • Capacete homologado (Snell/FIA).
  • Macacão antichamas, luvas e botas de pilotagem.
  • Cinto 4-6 pontos e HANS (quando exigido – e altamente recomendado).

Erros comuns de quem está aprendendo

Quase todo mundo cai nesses tropeços. Evitar já te deixa um passo à frente.

  • Querer ângulo demais logo no começo e rodar o carro.
  • Focar em potência, não em consistência.
  • Ignorar pressão de pneus e manutenção básica.
  • Treinar fora de ambiente controlado.

Riscos e cuidados ao praticar drift

Drift é espetáculo, mas a segurança vem antes. Um bom briefing e um carro em dia valem mais que 50 cavalos extras.

Segurança em primeiro lugar

A regra é simples: prevenir.

  • Checklist antes de cada sessão (freios, direção, vazamentos, torque de rodas).
  • EPIs completos e respeito ao briefing do evento.
  • Evolução gradual: comece em layout simples, aumente a dificuldade aos poucos.

Principais erros que causam acidentes

Saber o que evita pancada já é metade do jogo.

  • Excesso de velocidade sem área de escape.
  • Contraesterço tardio e correções bruscas.
  • Pneus/freios no limite e fluídos vencidos.

Drift no Brasil

O cenário brasileiro cresceu muito nos últimos anos, com campeonatos estruturados, transmissão e calendário oficial. Isso facilita para o público e dá caminho para quem quer competir.

Campeonatos brasileiros de drift

Hoje o destaque é o Ultimate Drift, chancelado pela CBA, com etapas em autódromos e baterias solo (qualificação) e tandem (eliminatórias).

A temporada 2025 teve etapas em cidades como Santa Luzia/MG e final no ECPA (Piracicaba/SP), com cobertura e regulamento próprios.

Há também ligas e eventos regionais como o Mega Drift Brasil, que movimentam o calendário e revelam talentos em várias praças.

Pilotos que se destacam no país

Entre os nomes frequentes nas listas de pódio e rankings oficiais/referências de mídia estão João Barion (Sheriff Barion), Juninho, Murilo Sobral, Gustavinho, Lucas Hanazono, Lucas Rezende e Lucas Medeiros (último campeão brasileiro em 2024).

O futuro do drift brasileiro

Com profissionalização crescente (inclusive mudanças recentes na gestão do campeonato) e mais etapas com boa estrutura, a tendência é de mais visibilidade, mais escolas e calendário estável, o que é ótimo para formar base e atrair patrocinadores!

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Callebe Mendes

Sou Callebe Mendes, CEO da Zapay, Forbes Under 30, empreendedor, palestrante e mentor. Possuo graduação em Engenharia Civil pela Universidade de Brasília e sinto que tenho um débito com a UnB, porque foi ela que me propiciou chegar até aqui - foi durante a minha graduação que a Zapay nasceu. Quando fundei a Zapay, tinha em mente que o principal valor dela deveria estar em concordância com meu principal objetivo de vida: impactar positivamente a vida das pessoas. Assim, desde 2017, a Zapay traz ótimas soluções para economizar tempo e dinheiro dos proprietários de veículos no Brasil. Pensou em pagamento de IPVA, multas e licenciamento? A Zapay está aqui para te ajudar. Com uma trajetória marcada por resiliência e criatividade, ajudei a Zapay a estabelecer conexões e relacionamentos fundamentais para o crescimento da empresa: somos credenciados na Secretaria Nacional do Trânsito, no Ministério dos Transportes e somos a única empresa credenciada em todos os 27 DETRANs do Brasil, tudo isso para garantir que os nossos serviços sejam totalmente confiáveis e seguros. Não bastasse virar referência no pagamento das taxas veiculares, fomos além: hoje, no App Zapay, você também consegue adquirir a Tag Veicular Sem Parar com condições exclusivas, contratar os melhores planos de assistência veicular, emitir CRLV digital, ativar alerta de multas… são tantas facilidades na palma da mão, que a Zapay virou a melhor amiga do motorista brasileiro. Após tantos anos vivendo e respirando o universo dos veículos no Brasil, adquiri uma vasta experiência no setor, e pense num cara apaixonado por tudo isso? Esse cara sou eu! Meu espírito empreendedor sempre andou de mãos dadas com a inovação e com a constante busca por conhecimento, por isso, faço questão de compartilhar toda a minha vivência e a minha experiência com vocês. Aqui, no Blog Zapay, eu trago as melhores dicas sobre diversos assuntos relacionados ao universo automotivo - é uma das formas que encontrei de retribuir o tanto que tenho aprendido com a Zapay. Se meus conteúdos verdadeiramente te ajudarem, é sinal que estou no caminho certo. Espero que curta me acompanhar por aqui, confira também o meu LinkedIn: https://br.linkedin.com/in/callebe-mendes

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