BR 230
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BR-230 Transamazônica: A Rodovia transversal do país

A Rodovia Transamazônica é uma das mais famosas vias do Brasil, devido ao seu percurso e suas controvérsias – não à toa, há diversas reportagens e até mesmo livros sobre a BR-230.

Confira por onde a BR 230 passa, suas características, as cidades que a rodovia atravessa e sua história.

– Por onde a transamazônica passa 

– Características da BR 230 

– Cidades que cortam a BR 230 

– História BR 230

Dica da Zapay: conheça qual é a maior rodovia do Brasil e quais são as principais vias do país. 

Por onde a transamazônica passa 

Famosa como a Rodovia Transamazônica, BR-230 é uma rodovia federal transversal brasileira, cuja extensão é de 4.309 quilômetros – o tamanho pode chegar a 5.662 quilômetros, se forem contabilizados os trechos não construídos.

Essa rodovia foi criada durante o Governo de Emílio Médici (em pleno Governo Militar), sendo muito conhecida devido às obras inacabadas, por conta das enormes proporções da BR-230.

Você pode estar se perguntando: com tamanha extensão, por onde passa a rodovia BR-230? Resposta direta e direta: no extremo Leste (na região Nordeste brasileira), a rodovia Transamazônica se inicia na cidade de Cabedelo (Paraíba); já no extremo Oeste (na região Norte do país), a rodovia começa em Lábrea (Amazonas). 

Ao longo desse artigo, você conhecerá cada uma das cidades por onde a Transamazônica passa. 

  Para fazer a travessia por toda Rodovia Transamazônica, é necessário que o condutor faça uso das bolsas, localizadas em pontos tais como:

  • Rio Xingu, em Belo Monte.
  • Rio Tapajós, em Itaituba.
  • Rio Sucunduri, entre Jacareacanga e Apuí.
  • Rio Aripuanã, entre Apuí e Santo Antonio do Matupi.
  • Rio Madeira, em Humaitá.
  • Rio Mucuim, 76 quilômetros antes de Lábrea.

Ainda: a melhor época para fazer a travessia são os meses de seca na região Norte brasileira, geralmente entre julho e setembro. Nos meses mencionados, a incidência de chuvas é menor, porém, o motorista encontrará muita poeira. 

Vale lembrar ainda que, quando chove pouco, a terra acaba absorvendo a água, de modo a ficar um barro pastoso. O ideal é aguardar algumas horas, para que o Sol possa secar a pista.

Contudo, quando há chuva em demasia, por dias seguidos, é comum acontecerem os atoleiros – que é uma situação bastante caótica. Para se prevenir, recomenda-se que o motorista tenha água no carro, além de comida e gasolina – caso seja de extrema importância passar pela Rodovia Transamazônica em plena época das chuvas. 

Saiba como se prevenir diante de alguns riscos que podem acometer os veículos durante a travessia da BR-230:

  1. Pane seca: diz respeito à incapacidade do sistema de combustível de fornecer combustível suficiente para permitir o funcionamento correto do motor. Se isso ocorrer com você, saiba que o melhor é pedir ajuda nos postos de gasolina ou nos pontos de apoio em garimpos e vilas.
  2. Poeira: na época da seca, o condutor pode se deparar com a poeira alta, situação na qual a pista pode até parecer que está boa, porém pode ser traiçoeira, escondendo valas e buracos. O ideal é conduzir o automóvel com cuidado e, se possível, evitar viajar com a poeira alta. Se a viagem for feita de moto, saiba que essas condições acidentes são muito comuns – use sempre o equipamento de segurança obrigatório, como capacete, além de proteção aos ombros, cotovelos, joelhos e tornozelos.
  3. Atoleiros: durante a época das chuvas, o trânsito na BR-230 diminui consideravelmente, porém, ele não para. A estrada fica com aquela lama grossa, de modo que em qualquer ponto é possível que se formem grandes atoleiros. Devido às características do barro, ele irá entulhar o para-lamas do veículo, de modo a travar a roda e cair. 
  4. Acidentes: é possível que aconteçam acidentes devido à poeira alta, aos desníveis altos nas cabeceiras das pontes, além de derrapadas nas curvas e falta de visibilidade. Há ainda os trechos de pista estreita e trânsito mais pesado com veículos grandes. 

Caso seja inevitável viajar durante quando houver muito barro na rodovia BR-230, atente-se às nossas dicas de segurança para encarar esse desafio:

  • Mantenha uma velocidade moderada, de modo a evitar alta velocidade, afinal, estradas de barro podem ser escorregadias e imprevisíveis. Nesse cenário, dirija a uma velocidade que permita reagir rapidamente a obstáculos ou condições de estrada adversas.
  • Aumente a distância entre o seu carro e o veículo da frente para ter tempo de reação em caso de deslizamento ou parada súbita.
  • Verifique a pressão dos pneus antes de viajar e mantenha-a de acordo com as especificações do fabricante. Às vezes, é aconselhável reduzir um pouco a pressão dos pneus para melhorar a tração em estradas de barro, mas não exagere para evitar danos aos pneus.
  • Se o seu veículo tiver tração nas quatro rodas, use-a quando a estrada estiver muito escorregadia. Isso pode ajudar a distribuir a potência entre as rodas e a melhorar a tração.
  • Frear de maneira agressiva em estradas de barro pode fazer com que o veículo derrape. Em vez disso, reduza a velocidade gradualmente e use o freio com moderação.
  • As condições da estrada podem mudar rapidamente em estradas de barro, devido ao clima e ao tráfego. Esteja preparado para enfrentar poças d’água, lama, buracos e outras obstruções.
  • Mesmo durante o dia, manter os faróis acesos pode aumentar a visibilidade do seu veículo para outros motoristas, especialmente em estradas de barro onde a visibilidade pode ser reduzida devido à poeira.
  • Não ultrapasse outros veículos em estradas de barro, a menos que seja absolutamente necessário e você tenha visibilidade adequada.
  • Leve um kit de primeiros socorros, ferramentas básicas, um macaco hidráulico e um estepe sobressalente em boas condições. Um guincho ou cintas de reboque também podem ser úteis em caso de ficar preso.
  • As condições do tempo podem piorar rapidamente em estradas de barro. Esteja atento às previsões meteorológicas e evite viajar em caso de chuvas fortes, neve derretida ou condições adversas.

Dica da Zapay: confira outras BRs, saiba quais estados elas atravessam e tire todas suas dúvidas sobre elas. 

BR-116 – Regis Bittencourt

BR- 163 – Cuiabá-Santarém

BR-158 – Corredor de Soja

BR-364 – Marechal Rondon

BR-101- Rodovia Rio-Santos

 Características da BR 230 

A Transamazônica é uma rodovia federal transversal, conforme já destacamos. Ela é considerada a terceira rodovia mais longa do Brasil, ligando o município portuário de Cabedelo (Paraíba) à cidade de Lábrea (Amazonas) – ou seja, é um percurso bastante útil para o trânsito de pessoas e objetos entre o Norte e o Nordeste brasileiros.

É comum que algumas pessoas pensem que, por conta do nome Transamazônica, a rodovia atravesse apenas cidades desse estado.  Ao longo desse artigo, você pôde perceber que os limites vão além.

Por exemplo, a BR-230 corta ainda algumas cidades muito estratégicas no estado do Pará, como Marabá, Altamira e Itaituba. 

Vale destacar que a Paraíba representa o principal eixo de circulação de indivíduos e mercadorias entre seus municípios – a referência é o porto de Cabedelo e as cidades de João Pessoa, Campina Grande, Patos, Pombal, Sousa e Cajazeiras. Os municípios mencionados são polos econômicos do estado, por isso sua importância na relação com a rodovia.

No trajeto feito em solo paraibano, a Transamazônica percorre 521 quilômetros, apresentando, de modo geral, boa condição de tráfego até a divisa com o Ceará. 

Durante a gestão do Presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), houve duplicação de um segmento de 147,6 quilômetros da rodovia, entre o marco zero (cidade de Cabedelo) e Campina Grande, passando ainda pela região da Grande João Pessoa e outros municípios. Aguarda-se ainda que seja realizada a duplicação adicional entre as cidades de Campina Grande e Cajazeiras. 

Contudo, é importante frisar que ainda hoje menos da metade da BR-230 está pavimentada, o que causa muita dor de cabeça, sobretudo, no período das chuvas na Amazônia – momento no qual os automóveis ficam atolados por diversos dias, por conta das águas e da condição do solo.

Saiba mais sobre os impactos socioambientais da Rodovia Transamazônica

Se por um lado a BR-230 traz muitos benefícios para a circulação de pessoas e mercadorias, por outro há uma série de impactos negativos. 

Desse modo, é necessário considerar que, embora a construção de vias e rodovias cause impacto socioambientais que podem ser positivos para a logística e o desenvolvimento dos municípios, há também aspectos negativos, que trazem problemas tais como desmatamento, transporte ilegal de madeira, grilagem e garimpagem.

Assim, caso o amigo motorista deseja, é possível observar, via Google Maps, o crescente desmatamento em áreas próximas a ruas e estradas. No caso da BR-230, é possível observar que as vias de acesso perpendiculares à Rodovia Transamazônica permitem que haja penetração profunda às matas locais. 

A princípio, o objetivo da BR-230 era abrir acesso a agricultores pelos colonos da região, o que promoveria o desenvolvimento da região amazônica. Entretanto, os madeireiros fizeram uso desse acesso para desmatar mais a referida região.

É por isso que inúmeras unidades de conservação foram criadas ao longo da rota da Rodovia Transamazônica. Trata-se de um esforço para desestimular o desmatamento e, concomitantemente, promover o manejo sustentável das florestas.

Vale a pena destacar, por exemplo, que entre Lábrea e Humaitá, na região Oeste da rodovia, existe o Parque Nacional Mapinguari, que diz respeito a uma área totalmente protegida – essa reserva está ao Sul da Transamazônica. Há ainda a utilização sustentável da Floresta Nacional de Balata-Tufari, localizada ao Norte. Por sua vez, na porção a Leste de Humaitá, encontra-se a Floresta Nacional de Humaitá, ao Sul da BR-230, com o Parque Nacional dos Campos Amazônicos e o Parque Nacional do Juruena.

br-230

Cidades que cortam a BR 230 

Confira quais são as cidades que a BR-230 corta ao longo de sua extensão, a partir do quilômetro zero em Cabedelo (Paraíba), conheça alguns municípios localizados às margens ou próximas à Rodovia Transamazônica são:

Paraíba

  • Cabedelo – Ponto extremo Leste
  • João Pessoa – Interseção com a BR-101

– Acesso ao Recife (Pernambuco)

  • Bayeux
  • Santa Rita – Interseção com a BR-101

– Acesso a Natal (Rio Grande do Norte)

  • Cruz do Espírito Santo
  • Sobrado
  • Caldas Brandão
  • Gurinhém
  • Mogeiro
  • Ingá
  • Riachão do Bacamarte
  • São Miguel de Taipu
  • Massaranduba
  • Campina Grande – Interseção com a BR-104 acesso a Caruaru, com a BR-408 e com a BR-412
  • Soledade
  • Juazeirinho
  • Junco do Seridó
  • Santa Luzia
  • São Mamede
  • Patos

– Interseção com a BR-110 e BR-361

  • Malta
  • Condado
  • São Bentinho

– Interseção com a BR-426

  • Pombal

– Interseção com a BR-427

  • Aparecida
  • Sousa
  • Marizópolis

– Interseção com a BR-405

  • Cajazeiras

Ceará

  • Ipaumirim

– Interseção com a BR-116, acesso a Fortaleza

  • Lavras da Mangabeira
  • Várzea Alegre
  • Farias Brito
  • Assaré
  • Antonina do Norte
  • Campos Sales

  Piauí

  • Fronteiras
  • Acesso a Marcolândia
  • Vila Nova do Piauí
  • Campo Grande do Piauí
  • Acesso a Santo Antônio de Lisboa
  • Picos
  • Dom Expedito Lopes
  • Acesso a Teresina
  • São João da Varjota
  • Oeiras
  • Nazaré do Piauí
  • Acesso a Amarante
  • Floriano

  Maranhão

  • Barão de Grajaú
  • São João dos Patos
  • Orozimbo, pertencente ao município de Paraibano e acesso à BR-135 levando à capital São Luís
  • Pastos Bons
  • São Domingos do Azeitão
  • Acesso à Loreto (pela MA-373)
  • São Raimundo das Mangabeiras
  • Balsas
  • Riachão
  • Carolina
  • Estreito

  Tocantins

  • Aguiarnópolis
  • Nazaré/Santa Terezinha do Tocantins (a dois e a três quilômetros da rodovia, respectivamente)
  • Luzinópolis
  • Cachoeirinha (a dois quilômetros da rodovia)
  • São Bento do Tocantins
  • Araguatins (a 8 km da rodovia)

– Acesso pela TO-010 no povoado Transaraguaia

– Travessia sobre o Rio Araguaia

Pará

  • Palestina do Pará (centro da cidade a seis quilômetros da rodovia)
  • Brejo Grande do Araguaia (a dois quilômetros da rodovia)
  • São Domingos do Araguaia (a quatro quilômetros da rodovia)
  • Marabá

– Acesso a Belém (Pará)

– Acesso a Palmas (Tocantins)

– Acesso a Goiânia (Goiás)

– Acesso a Brasília, capital federal

– Acesso a Parauapebas, a Xinguara e a Redenção pela BR-155

  • Itupiranga
  • Novo Repartimento

– Acesso a Tucuruí pela BR-422

  • Pacajá
  • Anapu

– Travessia sobre o Rio Xingu

  • Altamira

– Acesso a Vitória do Xingu pela PA-415

  • Brasil Novo
  • Medicilândia
  • Uruará
  • Placas
  • Rurópolis

– Acesso a Belterra e a Santarém pela BR-163 (Rodovia Cuiabá-Santarém)

  • Campo Verde (distrito do município de Itaituba)

– Acesso a Trairão, a Novo Progresso e a Cuiabá (MT) pela BR-163

  • Itaituba

– Travessia sobre o Rio Tapajós

  • Jacareacanga (a 7 km da rodovia)

  Amazonas

  • Maués
  • Apuí
  • Novo Aripuanã
  • Manicoré
  • Humaitá

– Acessos a Porto Velho (RO) e a Manaus pela BR-319

  • Canutama
  • Lábrea

História BR 230

A BR-230 foi inaugurada no dia 27 de agosto de 1972 – ainda inacabada e com diversos trechos que anda aguardam o processo de pavimentação. O objetivo era lançar a rodovia projetada para integrar melhor os estados do Norte do Brasil com as outras Unidades Federativas do país. A priori, o projeto propunha ser uma rodovia pavimentada com 8.000 quilômetros de extensão, de modo a conectar as regiões Norte e Nordeste do pais, com o Peru e o Equador. Vale dizer que não houve grandes modificações desde a inauguração.

Ao longo dos anos, o projeto foi alterado para 4.977 quilômetros a rodados até a cidade de Benjamin Constant. Contudo, a construção foi interrompida em Lábrea, reduzindo a expectativa para 4.260 quilômetros.

A situação dos trabalhadores contratados para erguer a BR-230 não era fácil. Eles ficavam totalmente isolados e sem comunicação por muitos meses. As informações chegavam ao grupo nas visitas específicas que aconteciam em algumas cidades próximas. O transporte acontecia, sobretudo, com pequenos aviões, porém as pistas eram absolutamente precárias.

Conforme já destacamos ao longo desse artigo, a época das chuvas (entre outubro e março) é um desafio à Rodovia Transamazônica, pois ela fica com a condução muito complicada – não à toa, diversos veículos atolam na região.

Segundo ambientalistas e povos indígenas, problemas como os genocídios da população indígena e o desmatamento em áreas próximas à rodovia estão intimamente ligados à construção da rodovia.

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Written by

Alessandra Comitre

Jornalista formada há mais de 15 anos, com 12 anos de experiência em produção e criação de conteúdo, edição de texto, e gestão de pessoas. Atualmente atuo como redatora e produtora de conteúdo SEO freelancer.

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