As enchentes no Rio Grande do Sul levantaram uma frequente dúvida dos brasileiros: seguro cobre desastre natural?
Diante dos desastres, é impossível não pensar nos prejuízos e nos traumas que cada um vive.
E isso também diz respeito aos danos materiais e toda a dor de cabeça que isso envolve. Mas será que seguro cobre desastre natural? E em quais casos?
Ao longo deste artigo, confira a explicação sobre importantes pontos que envolvem seguro em caso de desastre natural, e desde já saiba que é o tipo de situação que na maioria dos casos você precisa se respaldar com antecedência.
Desastres naturais e fenômenos da natureza são um problema recorrente
O Brasil é um país de proporções continentais e infelizmente desastres naturais ocorrem com mais frequência do que gostaríamos.
De acordo com o Instituto Geológico do Governo do estado de São Paulo, os desastres naturais são classificados de acordo com a sua intensidade e podem ocorrer em quatro diferentes níveis:
- Desastre natural de nível I: de pequeno porte, também chamados de acidentes, onde os impactos causados são pouco importantes.
- Desastre natural de nível II: tem média intensidade com impactos de alguma importância e os prejuízos significativos.
- Desastre natural de nível III: tem grande intensidade, resultam em danos importantes e prejuízos vultosos.
- Desastre natural de nível IV: tem intensidade muito grande, com impactos muito significativos e prejuízos exorbitantes.
Existem também casos de desastres causados por falha humana
Em casos de tragédias como o que aconteceu em Brumadinho e Mariana (MG), a discussão de seguros de responsabilidade civil foi grande, por exemplo!
Um dos pontos levantados no debate foi o artigo 9º da Lei do DPVAT – Lei nº 6.194, de 19 de dezembro de 1974, que destaca: “nos seguros facultativos de responsabilidade civil dos proprietários de veículos automotores de via terrestre, as indenizações por danos materiais causados a terceiros serão pagas independentemente da responsabilidade que for apurada em ação judicial contra o causador do dano, cabendo à Seguradora o direito de regresso contra o responsável”.
Em outras palavras, neste caso o entendimento foi de que os danos materiais deveriam ser indenizados independentemente da apuração da culpa.
Assim, cabe às empresas seguradoras o diálogo com os segurados causadores do transtorno, de modo a prover a efetiva proteção às vítimas dos desastres, sendo eles naturais ou causados por falha humana, por exemplo.
Entenda se seguro cobre desastre natural para automóveis
De modo geral, o seguro de carro cobre desastres naturais se isso estiver descrito na apólice ou ainda se o seguro for completo.
Cuidado: é preciso ter atenção com a chamada “exposição ao risco”.
Tomando como exemplo o caso das enchentes do Rio Grande do Sul, tem situações nas quais o carro estava estacionado e simplesmente foi engolido pela água (neste caso você não assumiu risco algum), mas existem outras situações nas quais a seguradora pode analisar se você se submeteu ao risco, como quando o condutor vê que a via está alagada mas ainda assim insiste em passar “achando que dá”.
Caso o condutor tenha conscientemente se exposto a situação de risco de forma desnecessária, é possível que o seguro não cubra, então tenha isso em mente e deixe claro que não assumiu risco desnecessário algum se for esse o seu caso!
Outra dúvida frequente de quem busca se seguro cobre desastre natural é sobre a cobertura dos vidros do carro em desastres: no caso de avarias nos vidros do automóvel, a empresa seguradora pode cobrir os danos somente se o motorista tiver a assistência de vidros em sua apólice.
Portanto, a saída é sempre pesquisar e ler atentamente a apólice para saber tudo o que está incluído na sua cobertura de seguro em casos de desastres e fenômenos da natureza.
Saiba onde verificar se há a cobertura para desastres
Para saber se no seu caso o seguro cobre desastre natural, é fundamental consultar o seguro do veículo – mais precisamente, a apólice do seguro.
A apólice nada mais é do que o contrato legal entre a empresa seguradora e o segurado, de modo a estabelecer todos os termos e todas as condições da cobertura do seguro.
Nela há a discriminação de todos os pontos que o seu carro pode contar para a cobertura, sendo que quanto mais completa for a cobertura, mais caro ficará o seguro.

Ao consultar a sua apólice, se houver a previsão de cobertura quanto aos desastres naturais, você pode exigir o pagamento do prêmio, que é o valor pago às seguradoras, definido para sinistros até o limite da apólice.
Assim, se constar a cobertura para enchentes, sem especificações ou limitações, o condutor terá direito de receber o valor previamente definido no seguro!
É válido frisar que cabe às seguradoras trazer previamente regras de limitações – elas não podem negar algo se essa negativa não estiver especificada na apólice, portanto esteja sempre atento para se munir dos argumentos corretos caso precise dialogar com a seguradora nesse meio de campo sobre seguro cobrir desastre natural!
Se o seguro cobrir o desastre natural, a indenização é total ou parcial?
Se o seu seguro cobre danos da natureza, é importante saber que as seguradoras costumam pagar indenização integral – 100% da Tabela FIPE – caso o prejuízo ultrapasse 75% do valor do carro no momento do reparo. Essa situação configura o popular PT (perda total do veículo).
No caso de avarias menores, os custos do reparo são divididos. O condutor arca com a franquia e a empresa seguradora com o restante da manutenção.
Saiba o que fazer com a perda total do veículo por enchente, como no caso do Rio Grande do Sul
Se após a avaliação técnica, seu veículo for sinistrado com laudo de perda total, é necessário dar a baixa no veículo para evitar futuras cobranças indevidas. Já pensou ter que pagar impostos pelo carro que perdeu? Ninguém merece!
De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (DETRAN RS), a baixa do registro do veículo é obrigatória sempre que ele for retirado de circulação nas seguintes possibilidades:
- I. Veículo irrecuperável.
- II. Veículo definitivamente desmontado.
- III. Sinistrado com laudo de perda total.
- IV. Vendido ou leiloado como sucata.
Desse modo, a seguradora ou o desmonte devem assumir a obrigação de realização da baixa de veículo quando adquirem a propriedade do veículo.
Os passos para que a baixa aconteça são os seguintes:
- Se dirigir a qualquer unidade do DETRAN para verificação da documentação e montagem do processo. É importante frisar que o atendimento presencial geralmente é feito mediante agendamento feito no site do DETRAN de sua localidade.
- Quitar eventuais débitos pendentes do automóvel em qualquer agência da rede bancária conveniada com o DETRAN de sua localidade.
- Nesta mesma unidade de atendimento, entregar as placas e o recorte da numeração do chassi para obter o comprovante de depósito do chassi e das placas do carro.
Confira também quais documentos devem ser apresentados para dar baixa no veículo:
- Documento de identificação pessoal original com CPF
- Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo digital (CRLV-e) – impresso em folha sulfite branca A4, sem timbre, marca d’água ou equivalente (caso o registro do veículo tiver ocorrido até 31/12/2020, o documento que deve ser apresentado é o CRV em papel moeda – o documento verde). Saiba como emitir o CRLV online.
- Requerimento de Baixa definitiva do veículo – original, preenchido e assinado
- Placas do veículo – originais
- Recorte do número do chassi – original.
- Comprovante de depósito do recorte do chassi e das placas do veículo – original
Você que buscava saber se seguro cobre desastre natural… o conteúdo está ajudando? Esperamos que sim! Ah, você também pode se interessar em ler sobre seguro com documentação atrasada.
Atenção: a seguradora irá avaliar se o segurado se submeteu ao risco
Sempre que ocorrer um dano ao veículo, haverá uma investigação. Afinal, a seguradora deve saber o que, de fato, ocorreu para liberar ou não o dinheiro do sinistro. Isso é mega importante nesse contexto de se seguro cobre desastre natural.
Por exemplo: caso seu carro esteja em uma área com sinalização de que há o risco de enchente e mesmo assim você desejar ir por aquele caminho em dia de chuva, a seguradora fará a investigação e poderá se negar a pagar o valor se entender que você se expôs desnecessariamente ao risco.
Por via das dúvidas, nunca se submeta a riscos desnecessários!
Também é necessário ter atenção em casos de dano por água salgada
Fique atento, pois os seguros não costumam cobrir estragos causados pela água do mar e nestes casos eles deixam isso bem especificado na apólice.
É válido frisar que tal cobertura até pode existir, porém em casos que o veículo estiver estacionado na rua e for atingido pela maré, por exemplo. Por outro lado, se o automóvel estiver estacionado na areia, ele não será coberto.
Entenda se seguro cobre desastre natural para residências
No caso de seguros residenciais, é importante considerar a apólice multirrisco, afinal, ela envolve a cobertura de danos causados por desastres naturais ou fenômenos da natureza, no geral.
Por exemplo, caso esta opção conste em sua apólice, se houver algum episódio com raios e os aparelhos domésticos da casa queimarem, é possível acionar o seguro contratado e solicitar uma reparação dos danos.
Para entender se o seguro cobre desastre natural no caso da sua residência, é fundamental estar atento ao que está contemplado na cobertura.
No caso de planos mais básicos de seguro para casas e apartamentos, há cobertura contra incêndios, explosões, fumaça e queda de raios. Por sua vez, algumas operadoras oferecem contratos mais completos, envolvendo outros tipos de cobertura como em situações de desastres.
Como escolher o melhor seguro contra desastres naturais?
Até aqui já deu para perceber o quão importante é poder contar com a cobertura de desastres naturais na apólice de seguro, não é mesmo!?
Confira agora alguns dos critérios que devem ser levados em conta para que você possa escolher o melhor seguro e assim estar respaldado contra fenômenos da natureza.
Entenda quais são as necessidades específicas da sua cobertura
Para quem busca se seguro cobre desastre natural e quer encontrar a melhor opção para o seu caso, é de suma importância considerar a sua realidade e o seu contexto, pois apenas assim será possível entender quais são as suas reais necessidades.
Como os desastres naturais são fenômenos nos quais não podemos controlar, é fundamental estar preparado para o que pode vir mesmo se você não morar em áreas de risco.
É importante observar se você mora perto de montanhas ou encostas (por riscos de deslizamento), perto do mar (por risco de grandes ressacas ou mesmo tsunamis) e um tanto mais de situações.
Vale frisar que existem riscos mesmo quando você acha que está em um local completamente seguro: afinal, infelizmente pode ocorrer uma grandiosa chuva onde quer que seja, por exemplo.
É aquela coisa: nesses casos, é melhor prevenir do que remediar. Opte por uma cobertura que te resguarde do máximo de imprevistos possíveis.

Compare as seguradoras e avalie as condições de apólice
Pesquisar é sempre uma tarefa fundamental para garantir o melhor custo-benefício para os mais diversos produtos – e o mesmo vale para os seguros automotivos e residenciais.
Fique sempre ligado quanto às condições de cada apólice e compare com critérios antes de fechar negócio – isso evita surpresas e dores de cabeça. É essencial comparar as seguradoras disponíveis no mercado, avaliando a reputação da empresa, os comentários dos clientes e os valores praticados.
Uma boa dica é buscar avaliações e comentários de clientes reais antes de bater o martelo sobre qual seguradora contratar. Dá um Google!
Cheque as formas de pagamento e renovação
Agora que você já sabe verificar se o seguro cobre desastre natural, não se esqueça de considerar as formas de pagamento de seguro e os critérios para renovação. Cuidado este que entra na hora de realizar as pesquisas de mercado.
Tenha em mente que as empresas oferecem aos clientes diversas condições para pagamento, como à vista ou mesmo parcelado. Na hora da escolha, o importante é que o seguro contratado atenda às suas necessidades, respeitando o tamanho do seu bolso.
E aí, entendeu como o seguro em caso de desastre natural funciona na prática?
O seguro é sempre um grande facilitador na hora que problemas surgem com o carro ou com a residência, não é mesmo?!
Mas ter a tranquilidade que o seguro cobre desastre natural traz uma tranquilidade enorme diante das mudanças climáticas e tantos novos desafios que estamos enfrentando nos últimos anos.
A dica é pesquisar com critério e paciência para encontrar a apólice que te resguarde contra o maior tipo de imprevistos possíveis, sobretudo os riscos que você já avaliou fazer mais sentido de acordo com a sua realidade.
Essas dúvidas sobre seguro em caso de enchente e desastres naturais são super frequentes e fizemos esse conteúdo pensando em ajudar. Esperamos que tenha sido útil!
Continue acompanhando o blog Zapay e fique por dentro das novidades!