A BR-210, conhecida como Rodovia Perimetral Norte, é uma das rodovias federais mais emblemáticas e desafiadoras do Brasil. Seu traçado foi planejado para ligar a fronteira com a Venezuela, em Roraima, até o estado do Amapá, cortando a Amazônia ao longo da faixa norte do território nacional.
Apesar da grandiosidade do projeto, grande parte da BR-210 nunca foi concluída ou pavimentada, e vários trechos permanecem intransitáveis.
Mesmo assim, alguns segmentos são utilizados por comunidades locais, indígenas e atividades de transporte regional em pontos isolados.
Veja tudo que você vai aprender neste conteúdo:
- Extensão e localização da BR-210
- Por quais estados e cidades ela passa
- Principais características e trechos da rodovia
- História e importância econômica
- Situação atual e pontos críticos
- Bases operacionais e postos de apoio
- Informações sobre pedágios
Extensão da BR-210
A BR-210 foi projetada para ter aproximadamente 2.400 quilômetros de extensão, indo de Oiapoque (AP), na fronteira com a Guiana Francesa, até São João da Baliza (RR), perto da divisa com o Amazonas.
No entanto, é importante saber que a maior parte da rodovia nunca foi totalmente aberta ou asfaltada. O traçado existe oficialmente nos mapas, mas trechos inteiros são apenas picadas, caminhos precários ou áreas não implantadas.
Por isso, a BR-210 é considerada uma rodovia parcialmente operacional e em muitos pontos abandonada.
Por quais estados e cidades passa a BR-210
A BR-210 cruza quatro estados brasileiros: Amapá, Pará, Amazonas e Roraima. Em cada um deles, a situação da rodovia é diferente, variando entre trechos parcialmente trafegáveis e regiões sem infraestrutura.

Veja como é o percurso em cada estado e exemplos de cidades que se relacionam com o traçado:
Amapá
No Amapá, a BR-210 tem trechos mais conhecidos entre Macapá e Oiapoque, funcionando como ligação entre comunidades indígenas, vilarejos ribeirinhos e áreas próximas da Guiana Francesa. Alguns segmentos são utilizados para transporte regional, mas ainda há muitos pontos sem pavimentação.
Principais localidades e municípios no Amapá:
- Oiapoque (ponto extremo norte)
- Calçoene
- Serra do Navio
- Pedra Branca do Amapari
- Ferreira Gomes
- Porto Grande
Pará
No Pará, a BR-210 tem traçado planejado para cruzar áreas de floresta densa e regiões com presença indígena. No entanto, a maior parte nunca foi aberta. Alguns trechos aparecem em mapas como projetos antigos da Perimetral Norte, mas não foram implantados.
Principais municípios relacionados ao traçado no Pará:
- Almeirim
- Monte Dourado (acesso próximo pelo rio)
- Alenquer
- Óbidos (acesso indireto)
- Oriximiná
Amazonas
No Amazonas, a rodovia também foi planejada para atravessar zonas remotas de floresta, ligando o oeste do Pará a Roraima. Porém, esse trecho permanece em grande parte sem abertura, sendo apenas uma previsão de conexão terrestre no futuro.
Principais municípios relacionados ao traçado no Amazonas:
- Barcelos
- São Gabriel da Cachoeira (ligação indireta)
- Santa Isabel do Rio Negro
Roraima
Em Roraima, a BR-210 é mais conhecida pelo trecho parcialmente operacional que liga Caracaraí a São João da Baliza, passando por áreas agrícolas e comunidades próximas ao rio Branco. É o único segmento que tem circulação regular de veículos.
Principais cidades no Roraima:
- Caracaraí
- São Luiz do Anauá
- São João da Baliza
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Principais características da rodovia
A BR-210 é uma rodovia com perfil muito diferente de outras BRs. Veja as principais características:
- Maioria do traçado não implantada ou sem pavimento
- Trechos isolados, sem conexão entre si
- Áreas de floresta densa, reservas indígenas e regiões de difícil acesso
- Baixo volume de tráfego, restrito a transportes locais
- Projetos de conclusão parados há décadas
Por isso, quem pretende percorrer qualquer trecho deve se informar previamente sobre as condições e a viabilidade de passagem.
História e importância econômica da BR-210
A BR-210 surgiu como parte do Plano de Integração Nacional na década de 1970, época em que o governo federal pretendia abrir estradas pela Amazônia para promover a ocupação e integração da região Norte.
Porém, dificuldades técnicas, questões ambientais, conflitos fundiários e alto custo impediram a conclusão da rodovia. Ainda assim, a BR-210 tem importância simbólica e potencial estratégico, pois:
- Poderia facilitar o escoamento de produtos agrícolas e minerais da região Norte
- Seria uma rota de integração com fronteiras internacionais
- Ligaria comunidades indígenas e cidades isoladas ao restante do país
Situação atual e pontos críticos
A situação da BR-210 é extremamente variável:
- No Amapá, há trechos parcialmente trafegáveis e outros intransitáveis
- No Pará e Amazonas, grandes extensões jamais foram abertas
- Em Roraima, o segmento entre Caracaraí e São João da Baliza é o único usado regularmente
Quem planeja percorrer qualquer parte da rodovia deve se informar com órgãos locais e ter estrutura de apoio e suprimentos.
Por que a BR-210 é incompleta? Entenda as questões!
A BR-210, ou Rodovia Perimetral Norte, é um dos maiores exemplos de como os desafios técnicos, sociais e políticos podem inviabilizar grandes projetos de infraestrutura no Brasil. Diferente de outras rodovias federais que foram entregues mesmo com dificuldades, a BR-210 se tornou um projeto parcialmente abandonado, e há razões bem concretas para isso.
O primeiro ponto está na complexidade geográfica e ambiental. O traçado original corta áreas de floresta amazônica densa, serras, rios de grande porte e regiões alagáveis. Para abrir e manter uma estrada assim, seriam necessários investimentos altíssimos em engenharia, obras de contenção, pontes extensas e sistemas de drenagem, tudo em locais sem acesso prévio.
Outro fator crucial são as áreas de terras indígenas e comunidades tradicionais que existem ao longo do percurso. Durante os anos 1970, o governo militar planejou a ocupação de regiões de fronteira sem diálogo adequado com os povos indígenas. Desde então, conflitos fundiários e questões legais tornaram praticamente inviável avançar com o projeto sem gerar enormes impactos sociais.
Além disso, a rodovia depende de um modelo de desenvolvimento que priorize o transporte terrestre como principal forma de integração da Amazônia, algo que, na prática, enfrenta críticas ambientais e custos maiores do que soluções fluviais e logísticas já utilizadas. O governo federal nunca conseguiu reunir orçamento, vontade política e viabilidade técnica ao mesmo tempo para concluir o traçado.
Por fim, há também a falta de retorno econômico imediato. Diferente de uma BR como a 163 ou a Belém-Brasília, a BR-210 não conecta polos produtivos consolidados nem atende a um fluxo intenso de exportação. Isso faz com que o custo-benefício seja muito questionado, e investimentos prioritários acabem indo para outras rodovias com maior impacto direto na economia.
Na prática, a BR-210 virou um projeto simbólico, que revela as contradições do planejamento rodoviário no Brasil: a ideia de integrar a Amazônia pela estrada esbarrou em desafios ambientais gigantes, no desrespeito a populações locais e na falta de clareza sobre se o investimento realmente traria benefícios sustentáveis.
Se algum dia parte do traçado for retomado, será necessário um modelo de execução diferente: mais integrado ao desenvolvimento regional, com atenção real às questões ambientais e com participação das comunidades que vivem na região há séculos.
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Bases operacionais e postos de apoio
A rodovia praticamente não possui infraestrutura organizada.
Alguns postos e pequenas vilas podem oferecer abastecimento básico, mas não existem pontos de apoio contínuos ao longo do trajeto.
Pedágios na BR-210
Atualmente, não há pedágios na BR-210, pois ela é mantida pelo DNIT e a maior parte segue sem pavimentação.
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Conclusão
A BR-210, chamada de Rodovia Perimetral Norte, é uma das estradas mais desafiadoras e inacabadas do Brasil. Apesar de ter sido projetada como um grande corredor amazônico, a maior parte de seu traçado nunca foi concluída.
Neste conteúdo, você conheceu:
- A extensão planejada e o trajeto da BR-210
- As cidades e estados por onde ela passa
- As características e dificuldades de implantação
- A importância histórica e logística da rodovia
Perguntas Frequentes sobre a BR 210
A BR-210 começa em Oiapoque (Amapá), na fronteira com a Guiana Francesa, e vai até São João da Baliza (Roraima). Porém, grande parte do trajeto não é pavimentada nem interligada, sendo um projeto inacabado.
Uma rodovia perimetral é uma estrada planejada para contornar ou atravessar uma grande área geográfica, ligando regiões de fronteira ou de difícil acesso. No caso da Rodovia Perimetral Norte (BR-210), a ideia era criar uma rota ao longo do limite norte da Amazônia, integrando estados e municípios isolados.