Você sabia que uma infração gravíssima pode custar até R$ 17 mil? Pois é. E o motivo disso tem nome e sobrenome: fator multiplicador de multas.
Esse tal fator é o que transforma uma multa de R$ 293,47 em uma verdadeira bomba no seu bolso — tudo dependendo do tipo de infração cometida.
Além de aumentar consideravelmente o valor da penalidade, o fator multiplicador também é citado no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) como uma forma de coibir infrações de trânsito gravíssimas com risco potencial à segurança viária
Mas por que isso acontece? Quais são essas infrações? E será que isso interfere na sua CNH também?
Neste guia, a gente explica o que é o fator multiplicador, como ele funciona, quais multas entram nessa jogada e o que fazer se você for multado dessa forma.
Vem entender tudo, sem burocracia e sem juridiquês!
O que é o fator multiplicador de multas?
O fator multiplicador de multas é um mecanismo aplicado em infrações gravíssimas para aumentar o valor da penalidade, de acordo com a gravidade do comportamento do motorista.
Ou seja: quanto mais arriscada ou irresponsável for a infração, maior o valor da multa — mesmo que ela continue sendo do tipo gravíssima.
O objetivo do fator multiplicador de multas é bem claro: inibir atitudes perigosas que colocam vidas em risco e causam transtornos graves no trânsito, como disputar racha, bloquear vias ou dirigir com a CNH suspensa.
Nesses casos, o valor da multa gravíssima (que é de R$ 293,47) é multiplicado por 2, 3, 5, 10… até 60 vezes, dependendo da infração.
Como funciona o fator multiplicador

O fator multiplicador de multas é usado para aumentar o valor base da infração gravíssima. Ele multiplica o valor da multa padrão conforme a gravidade da conduta. O fator multiplicador não afeta a pontuação da CNH, ele altera apenas o valor da multa.
A conta é simples: o valor da multa base (R$ 293,47) é multiplicado por um fator estabelecido pelo CTB para aquela infração específica, podendo multiplicar de 2 até 60 vezes.
Exemplos de infrações com fator multiplicador:
Infração | Fator multiplicador | Valor da multa |
---|---|---|
Dirigir com CNH de categoria diferente | 2x | R$ 586,94 |
Dirigir com CNH suspensa ou cassada | 3x | R$ 880,41 |
Transportar crianças sem dispositivo de retenção (ex: cadeirinha) | 3x | R$ 880,41 |
Deixar de prestar socorro à vítima | 5x | R$ 1.467,35 |
Conduzir moto sem capacete ou com passageiro sem capacete | 5x | R$ 1.467,35 |
Realizar manobras perigosas (ex: empinar moto) | 10x | R$ 2.934,70 |
Disputar corrida (racha) | 10x | R$ 2.934,70 |
Forçar ultrapassagem entre veículos em sentido oposto | 10x | R$ 2.934,70 |
Bloquear a via com o veículo | 20x | R$ 5.869,40 |
Organizar paralisação sem autorização | 60x | R$ 17.608,20 |
O fator multiplicador é previsto em resoluções do CONTRAN, e seu uso visa penalizar condutas de alto risco com impacto direto no bem-estar coletivo e na fluidez do tráfego urbano.
Cálculo do valor da multa com fator multiplicador
Para calcular o valor da multa com fator multiplicador, a fórmula é:
- Valor final da multa = R$ 293,47 (multa gravíssima base) x fator multiplicador
Exemplos práticos:
- Se um motorista disputa racha (racha é infração gravíssima com multiplicador 10x), a multa será:
R$ 293,47 x 10 = R$ 2.934,70 - Se alguém organiza uma paralisação em via pública sem autorização, a multa vem com multiplicador 60x: R$ 293,47 x 60 = R$ 17.608,20
Ou seja, a conta sai bem mais cara — e é isso mesmo que o fator multiplicador quer provocar: dor no bolso para evitar que isso se repita.
Impacto na pontuação da CNH
O fator multiplicador não muda a quantidade de pontos que a infração gera na sua CNH.
Por exemplo: mesmo que a multa custe 60 vezes mais, ela continua valendo 7 pontos, porque é classificada como gravíssima.
Então, resumindo:
- O fator multiplicador aumenta apenas o valor da multa;
- O fator multiplicador não aumenta os pontos na carteira;
- O fator multiplicador pode, sim, causar suspensão da CNH dependendo da infração e do histórico do motorista.
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Infrações com fator multiplicador: exemplos e valores
Algumas infrações são tão perigosas ou irresponsáveis que o Código de Trânsito resolveu puxar a orelha com força — aplicando um multiplicador que aumenta (e muito) o valor da multa.
Confira abaixo os principais exemplos divididos por multiplicador:
Infrações com multiplicador 2x e 3x
Essas são situações em que o motorista está conduzindo irregularmente, mas sem colocar diretamente outras pessoas em risco iminente.
Ainda assim, são levadas a sério.
- Dirigir veículo com CNH de categoria diferente: multa gravíssima (2x) — R$ 586,94
- Dirigir com CNH suspensa ou cassada: multa gravíssima (3x) — R$ 880,41
Nesses casos, além da multa pesada, o condutor pode ter a CNH cassada, dependendo da reincidência.
Infrações com multiplicador 5x e 10x
Aqui entram atitudes que colocam vidas em risco direto, como fugir do local de um acidente ou disputar racha.
- Deixar de prestar socorro em acidente com vítima: multa gravíssima (5x) — R$ 1.467,35
- Disputar corrida de carro (racha) em via pública: multa gravíssima (10x) — R$ 2.934,70
Ambas as infrações podem resultar em suspensão ou cassação da CNH e até em processo criminal, dependendo do caso.
Infrações com multiplicador 20x e 60x
Essas são situações de grave desrespeito à ordem pública, e o valor da multa reflete a tentativa de coibir essas ações com firmeza.
- Bloquear a via com o veículo: multa gravíssima (20x) — R$ 5.869,40
- Organizar paralisação em via pública sem autorização: multa gravíssima (60x) — R$ 17.608,20
Essas penalidades costumam vir acompanhadas de outras sanções administrativas e judiciais, além da multa.
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Como evitar multas com fator multiplicador?
Ninguém quer pagar uma multa de quase R$ 18 mil, né?
E a boa notícia é que essas infrações podem ser evitadas com atitudes simples, baseadas em responsabilidade e consciência no trânsito.
Aqui vão algumas práticas que funcionam de verdade:
- Dirigir com calma e atenção: evite correr, fazer manobras perigosas ou tentar “ganhar tempo” colocando outros em risco. A direção defensiva é sua maior aliada;
- Investir em educação para o trânsito: cursos de atualização e conteúdos sobre regras de circulação ajudam;
- Manter o veículo em dia: pneus, luzes, freios e tudo que envolve a segurança precisam estar funcionando corretamente;
- Ficar com a documentação em dia: CNH vencida, categoria errada ou pendências podem virar multas salgadas;
- Evitar confrontos e impulsos: brigar no trânsito, bloquear vias ou entrar em racha pode acabar com sua habilitação — e com sua paz.
Lembrando sempre: o trânsito é coletivo. Quem dirige bem protege a própria vida e a dos outros também.

Como recorrer de multas com fator multiplicador
Levar uma multa pesada é ruim, mas pior ainda é quando há falha no processo. A boa notícia é que dá, sim, para recorrer — inclusive das multas com fator multiplicador.
E, se houver algum erro, você pode até conseguir cancelar a penalidade.
Etapas do processo de recurso: defesa prévia, JARI e CETRAN
O recurso de multa é feito em três etapas principais:
- Defesa prévia: esse é o primeiro passo, antes mesmo da multa ser aplicada. Aqui você pode apontar erros na autuação, como identificação incorreta do veículo ou radar mal posicionado.
- Recurso em 1ª instância (JARI): se a defesa prévia for negada (ou nem for apresentada), você pode recorrer à JARI — Junta Administrativa de Recursos de Infrações. Aqui já é possível incluir argumentos mais completos e documentos que sustentem seu caso.
- Recurso em 2ª instância (CETRAN): caso a JARI também negue, ainda existe uma última chance, que é recorrer ao CETRAN — o Conselho Estadual de Trânsito.
⚠️ Importante: você só pode enviar um recurso por vez, então é essencial organizar bem todos os pontos no mesmo documento.
Prazos e documentação necessária
Ficar atento aos prazos é fundamental para não perder o direito de recorrer:
- Defesa prévia: o prazo costuma ser de 15 a 30 dias após o recebimento da notificação da autuação;
- Recurso à JARI: o prazo vem indicado na notificação da penalidade;
- Recurso ao CETRAN: também vem informado na negativa da JARI.
Documentos básicos para o recurso:
- Cópia da notificação;
- Cópia do RG e CNH;
- CRLV do veículo;
- Formulário de recurso preenchido;
- Documentos e provas complementares (fotos, prints, etc).
Dicas para aumentar as chances de sucesso no recurso
- Verifique todos os dados da notificação (placa, data, hora, local);
- Junte provas sempre que possível — fotos do local, recibos de manutenção, prints de GPS, entre outros;
- Organize seus argumentos com clareza e objetividade;
Apresente o recurso dentro do prazo correto; - Não copie textos genéricos da internet — personalize conforme sua situação.
É fundamental que o condutor conheça seus direitos previstos na Lei nº 9.503/97, que institui o CTB, ao preparar uma boa defesa administrativa contra multas com agravantes.
E aí, entendeu melhor sobre o fator multiplicador?
O fator multiplicador de multas pode transformar uma infração gravíssima comum em uma dor de cabeça ainda maior pro seu bolso.
Mas agora que você entendeu como funciona, quais são os valores e como recorrer, já está um passo à frente pra evitar esse tipo de surpresa, né?!
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Perguntas frequentes sobre o fator multiplicador de multas
É um mecanismo que aumenta o valor de infrações gravíssimas, de acordo com a gravidade da conduta. O valor base da multa (R$ 293,47) é multiplicado por um fator definido em lei, como 2x, 5x, 10x ou até 60x.
Somente as infrações gravíssimas podem receber fator multiplicador. Exemplos: dirigir com CNH suspensa, disputar racha, bloquear via pública ou organizar paralisações sem autorização.
É a regra que multiplica o valor da multa gravíssima quando a infração é considerada ainda mais perigosa. Serve como punição mais rigorosa e como forma de desestimular comportamentos de alto risco no trânsito.
Não. Mesmo com o fator multiplicador, a pontuação continua sendo 7 pontos. O que muda é apenas o valor financeiro da multa.